Estados de sítio e alma.

9.13.2011

Ausência II

Ontem tive a jantar com a Avó lá a casa, ela não fez nenhum comentário, mas os seus olhos conseguem dizer muito mais do que se alguma vez a sua boca falasse.
E eu sei também que ela gosta destes miminhos e destas atenções. Mesmo que vá lá só para fazer uma torrada para mim ou ler uma revista e ir-me embora.
Mas ontem fiz um esforço tão grande - e ela também - para não me cair uma lágrima, que a qualquer momento podia me ter caído o coração.
É ainda muito dificil falar em ti. E não sei mais quanto tempo é que isto vai durar e isso aborrece-me. Aborrece-me porque eu sei que preferias que não fosse assim e eu também.
No outro dia tive a fazer as contas e já lá vão quase três anos. Três anos de tentativas e ensaios para me habituar à tua ausência. Três anos de tentativas falhadas de chegar a tua casa e ainda não tentar fazer jogos psicológicos como se pudesses aparecer, como se estivesses no quintal a regar as plantas ou simplesmente como se estivesses a ressonar no sofá.
Sinto falta de muita coisa e hoje especialmente, como já disse, não me apetecia voltar.

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